Acho que para todos entenderem esta crônica, devo começar do ponto inicial, o primeiro olhar.
No dia 18 de Janeiro de 2014, sábado, verão, calor e uma festa. Aconteceria no Baln. Rincão a “Felling”, eu que ainda morava em Orleans, convidei meus amigos para irem, nenhum deles quis ir, então resolvi convidar uma garota que eu curtia demais, trocar umas ideias, alguém que eu podia conversar sobre qualquer coisa.
Tudo arrumado de ultima hora, conseguimos uma carona até lá, só que saímos ao meio-dia de Orleans e a festa só começava às 18h. Chegando lá fomos dar uma volta pela praia, comemos um lanche e ficamos esperando até chegar o horário. Fomos pra lá às 16h, e ficamos no estacionamento com a galera, conversando, rindo e bebendo, foi aí que ela apareceu, cabelos ruivos, pele branquinha, lábios lindos, aquele sorriso que me deixou de tal maneira paralisado. Ela era linda e proporcionalmente carismática. Todas as qualidades que eu esperava de uma pessoa ela possuía, era como se ela fosse o que eu tinha e perdi, mas não lembro mais. Deu uma vontade enorme de segurar sua mão e fugir dali para qualquer lugar, um lugar onde podíamos ficar sozinhos.
Durante a festa só encontrei ela algumas vezes, e todas às vezes me sentia melhor quando a via. Fiquei a noite inteira com minha amiga, curtimos bastante. Logo de manhã, no nascer do sol fomos embora, nosso ônibus só passaria as 10:30, então nos sentamos embaixo de uma árvore para descansar e ficamos conversando, rindo, filosofando, ouvindo música, foi bom demais.
Já em Orleans, fui à casa da minha irmã digitar um trabalho, aproveitei esse tempo e adicionei-a no facebook, na mesma hora ela aceitou e já fui bater um papo, perguntei como foi a festa e coisas assim. Quando me despedi dela falei “se encontramos por ai algum dia”.
Você pode dizer que foi coincidência, mas para mim foi essa minha força de querer encontra-la novamente que resultou em nossa próxima troca de olhares. Fui segunda-feira de carona para a faculdade com meu amigo e sua namorada, aproveitamos um tempo e fomos ao shopping dar uma volta, e andando por lá encontrei os olhos dela vindo em minha direção, não acreditei que a veria de novo tão rápido, mas aconteceu, mais linda e apaixonante do que a primeira vez, senti que aquilo ia se repetir sempre. Ela sentou-se conosco, pois não encontrava suas amigas, não consegui tirar os olhos dela por um segundo, me lembrava de alguém com quem eu tinha muita afeição, alguém que eu já conhecia, e novamente ela vai embora e fico imaginando quando será a próxima vez que irei vê-la.
Você pode dizer que foi coincidência, mas para mim foi essa minha força de querer encontra-la novamente que resultou em nossa próxima troca de olhares. Fui segunda-feira de carona para a faculdade com meu amigo e sua namorada, aproveitamos um tempo e fomos ao shopping dar uma volta, e andando por lá encontrei os olhos dela vindo em minha direção, não acreditei que a veria de novo tão rápido, mas aconteceu, mais linda e apaixonante do que a primeira vez, senti que aquilo ia se repetir sempre. Ela sentou-se conosco, pois não encontrava suas amigas, não consegui tirar os olhos dela por um segundo, me lembrava de alguém com quem eu tinha muita afeição, alguém que eu já conhecia, e novamente ela vai embora e fico imaginando quando será a próxima vez que irei vê-la.
Algumas semanas se passaram, minha amiga começa a fazer um curso de fotografia na mesma faculdade que estudo, e adivinhe quem estava na mesma sala que ela? Isso mesmo, a garota de cabelo vermelho, e por algumas semanas me senti um pouco mais próximo dela, bebemos juntos algumas vezes no bar, conversamos, trocamos ideias, queria conhece-la melhor, sentir o que ela sentia, saber das coisas que gostava e assim perceber cada vez mais como eu a desejava profundamente, um amor que nunca tinha sentido antes.
As aulas acabaram e por alguns meses nunca mais a vi. Mais uma vez fiquei perdido em meus pensamentos que iam e voltavam, ficava em casa refletindo o que eu precisava fazer para que ela pudesse sentir o mesmo que eu sinto, me afastei um pouco dos meus amigos, senão todo dia, ou quase, eu pensava nela, mas não somente ela, como os outros amores que já senti, cada uma me trazia uma lembrança boa, mas ela era especial, pois apesar de nunca ter aproveitado nenhum momento ao seu lado, parecia que nós já tínhamos vivido muita coisa, ficava me perguntando o que eu tinha feito de errado ou o que tinha deixado de fazer.
Já tinha superado outras desilusões, terminei um namoro, pois o amor já não existia mais, só obrigação, satisfação, brigas, isso tudo me chateava.
Já tinha superado outras desilusões, terminei um namoro, pois o amor já não existia mais, só obrigação, satisfação, brigas, isso tudo me chateava.
Percebi que o desejo por uma pessoa podia ser passageiro, ou durar para sempre, dependia da vontade de ver seus olhos, sentir sua pele, seu cheiro.
A vida se baseia em momentos, então por isso faço valer cada momento com as pessoas que gosto, não deixo virar rotina, uma coisa comum, gosto de surpreender sempre, como se eu tivesse que conquistar as pessoas todos os dias, gosto de tirar sorrisos.
Em agosto, eu já estava morando em Criciúma, e tinha outra festa para ir, e tinha certeza que ela estaria presente, não somente porque ela iria, mas também a tal “festa” era um lugar onde eu me sentia muito bem, comprei o ingresso e contei os dias até aquele final de semana. Ia me encontrar com meus amigos no mercado para comprar umas coisas para levar para lá, e quando cheguei, novamente meus olhos foram direto nos olhos dela, muito mais radiante do que a última vez. Como eu me sentia bem só de estar ao lado dela, uma paz, um sentimento bom. Fomos para a festa, entramos todos juntos, preparamos a barraca, as coisas e fomos dar uma volta.
A primeira parte da festa estava quase acabando e resolvemos descansar um pouco na barraca, ficamos conversando, ela falando dos amores que
teve e eu escutando e compreendendo o que ela sentia. Logo após outros
amigos chegaram e nos convidaram para comer um lanche, entramos no
restaurante pegamos um cachorro quente e sentamos.
Já estava em uma viagem no tempo, eu estava vivendo o passado, o presente e o futuro tudo em um só momento, podem dizer que estava em uma “pira” muito louca, mas na verdade eu estava com os olhos abertos, vi a realidade das coisas, vi o mundo em que ele tinha se tornado, vi como as pessoas estavam sendo manipuladas, percebi a mentira em que vivemos, mas não esqueci de que aquela garota de cabelo vermelho já esteve em minha vida uma vez, parecia que eu a tinha esquecido e ela estava tentando me fazer lembrar, mas tudo fazia parte de um show, e meu objetivo era perceber tudo e descobrir que ela era a mulher dos meus pensamentos, como se eu tivesse perdido a memória e todos estavam tentando me ajudar a lembrar, saindo de lá voltamos pra barraca, eu não conseguia falar nada, minha mente estava concentrada naquele jogo, em que eu precisava lembrar-me de algo para vencer, mas tinha que ser as palavras certas e no momento certo.
Eu, ela e outro amigo fomos ao estacionamento buscar algo, no caminho senti que estava chegando próximo a resposta, estava a ponto de ruptura do tempo e espaço, eu tinha a resposta para tudo aquele momento, sabia como moldar o universo da minha maneira, mas eu só tinha uma chance, um momento para fazer a escolha certa. Chegando próximo ao carro, em uma curva, tinha outros carros com o pisca ligado, a música parecia o batimento de um coração acelerando aos poucos parecia que todos estavam apreensivos esperando pelo o que eu ia fazer ou dizer, naquele instante pedi para ela parar, me aproximei dela, precisava dizer aquilo, ou então nunca mais teria a chance de reverter a história e eu ficaria preso naquele mundo, foi então que as palavras saíram da minha boca “Eu te amo”. Por um segundo apaguei, nunca tinha dito aquelas palavras pra ninguém, nunca, não com toda a certeza, convicção e paixão que jamais tinha sentido, no outro segundo percebi que aquele não era o momento certo e nem as palavras certas. Não para a resposta que eu esperava, pois não teve resposta, mas vi que aquilo abriu uma porta em minha mente, meu universo se expandiu mais uma vez e pude ver que todo instante é uma vida que passa, cada segundo morremos e renascemos, em cada piscar de olhos, e ali parado em frente dela vi uma vida inteira que passamos juntos, as coisas que fizemos, as horas deitados olhando para as estrelas apenas sentindo o calor do seu corpo. Daquele segundo em diante voltei para o show da vida, a mentira em que todos vivem, mas lá dentro eu sabia o segredo para mudar isso, viver da minha maneira, e o que eu tinha vivido aquele momento me fez mais humano, vi como tudo era simples.
Pode ser que eu me sinta um pouco mais sem jeito próximo dela novamente, mas ainda continuarei olhando para ela como uma pessoa que fez parte da minha vida e sempre fará, pois sei o que eu senti e aquilo me fazia bem, coisas que me trazem esse sentimento devo guarda-las sempre comigo.
Esta crônica é uma nova parceria com Guilherme C. Lessa, que a partir de hoje, será o autor de textos e poesias, que serão postados semanalmente aqui no blog!
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